QUANDO MORRE UM POETA

Quando morre um poeta
Morre um pouco da poesia
A noite chega mais cedo
Fechando os olhos do dia

Quando morre um poeta
Morre um pouco a formosura
A água fica salobra
E a vida se desnatura

Quando morre um poeta
Morre um pouco a esperança
A canção perde acordes
Balés tropeçam na dança

Quando morre um poeta
Morre a mais genuína ânsia
Um tempo novo se esvai
Como um lenço na distância

Quando morre um poeta
Um sonho perde suas asas
Fica a mobília ao relento
Dormida longe de casa

Quando morre um poeta
O abecedário sutil
Fica órfão das batalhas
Entre a rosa e o fuzil.

(Em memória dos poetas Carlos Aguiar, Amir Feijó Pereira, Nélson Fachinelli, Ubiratan Porto, José Moreira da Silva, Rubén Vela, Telmo Torres, César Ricardo Ribeiro Osório e Antônio Augusto Ferreira, o "Tocaio")

"O poeta é o espelho sensível do mundo."
Landro Oviedo
Enviado por Landro Oviedo em 21/06/2013
Reeditado em 29/04/2021
Código do texto: T4352345
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