Mesmo Qu’eu Morra Terei Continuação

Mesmo qu’eu desconheça o puro amor,

conheço a flor que desabrocha em poesia

e faz raiar no coração a luz suprema

que no estandarte da minha batalha é o emblema.

Mesmo qu’eu use as amarras do infinito,

conheço a flor da liberdade nesse frêmito

que vibra ao peito nesse trejeito inusitado

e torna os devaneios todos em algo alado.

Mesmo qu’eu morra eu ficarei a eternidade

guardado em livros e os meus segredos escancarados

pelas vielas soturnamente dissimulados

e, os pensamentos à insensatez assim moldados.

Mesmo qu’eu veja a sua beleza eu não te toco

mas deixo os olhos falarem rimas apaixonadas

quando te miro num desatino ludibriado

pelos avessos desse começo já terminado.

Mesmo qu’eu faça trovas, sonetos ou um recado

deixado a porta da sua alcova tão perfumada

eu seguirei sozinho, enfim, poetizado;

por essa sendas, pelas parlendas, nesse legado.

Mesmo qu’eu toque a sua alma com minhas rimas,

alhures deixo olores finos em cada linha

dessa minha vida morta e vivida, continuada;

dessa imagética que me inspira às madrugadas.

Mesmo qu’eu seja estrela em brilho já sideral

procuro sempre um caminhar longe do mal

e, nas vivendas proclamo a paz dos meus juízos

já tão monásticos, eclesiásticos, que revisito.

Jonas R Sanches
Enviado por Jonas R Sanches em 20/06/2013
Código do texto: T4350181
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