Quem é tu?
Quem és tu? Perguntas!
Amuo, e não respondo.
Bate-me fundo a questão…
E passo a perguntar-me…
Se me conheço tão profundo
Que na razão possa mostrar-me
Sem originar discussão!
Quem sou afinal!?
Serei pessoa decente…
Ou apenas humano carente
Que tem alma e sente
Um carinho especial?
Serei grão de areia deste abismo
Que se perde por um cadilho
Sem ermo, num simples esmo
Derivante, na galáxia do sofismo!
Quem sou!?
Serei uma migalha de gente…
Mas convicto do que sente!
Num sentir em tudo diferente
Sem que seja indiferente…
Ao que se passa no presente
E ouve o coração, que não mente
E tudo… pressente!
Serei, apenas alguém…
Que não sabe, nem quer
Estar incólume na vida, sem sofrer
A dor de amar, mesmo no desdém!
E nessa dor maior, querer
Da vida que se exala, renascida
Tudo apreender, no aprender
Em cada amanhecer, da noite vencida!
Tenho tanto para ser…
E não sou o que posso… querer!
Que serei eu!?
Não sei dizer-me!
Um dia… hei-de conhecer-me…
Saberei então… que(m) sou…
Apenas… “EU”! (s.m.)