MOMENTOS BRANCOS
Ah, esses momentos brancos
Nos quais a poesia se ajeita
E relaxa sobre os flancos
Das palavras, que descansam!...
E vem e vai o sentimento
A procurar por certas tintas
Que o revelem, que o traduzam,
Sobre o papel seco e vazio
Da folha branca, que o rejeita!
E um poema se espreme
Rolando pela folha muda...
Senil e frágil criatura,
Nascida de um deus sem paraíso...
E a lágrima vira um sorriso,
Em homenagem ao sentimento
Que mesmo sendo sofrimento,
Revela-se, como é preciso...