Versos Perdidos
Escrever para mim é terapia,
Quisera ter o dom de transformar
A palavra em rimas de alegria
E ao mundo poder gritar
Eu também sei fazer poesia.
Mas não sou Pessoa, Clarice, Neruda,
Drumonnd, Bandeira ou Cecília,
Que nos fazem viajar em seus mundos
Rir quando queremos chorar
E às vezes chorar de tanta alegria.
Como queria escrever agora
Aquilo que se passa em meu interior
Por não conseguir, o verso se desfaz.
E a poesia que em mim brotava
Foge do lápis, para o papel não volta mais,
Morre, desaparece, vai embora.
Os versos perdidos no tempo,
Assim como um amor de verão
Evaporam-se como espumas do mar
Deixam vazio meu coração
Pois sei que eles não vão voltar.
Sento. Espero. Levanto. Tento.
Nada. Não voltam. Lamento.
Não me pertencem mais
Foi para algum lugar
Onde a palavra não o alcançará jamais.