D33 – NO PRONTO DE SOCORRO

D33 – NO PRONTO DE SOCORRO

A dor já não me assusta.

Passou a ser um doce vampiro,

Que prende suas presas no meu intestino,

Que meu sangue suga e devora.

Levo a dor como amiga,

Cansei de ter como inimiga.

Entre no hospital de cabeça em pé,

Peço licença para vomitar,

Faço piadas da minha situação.

Não vou de dar de vencido.

Quero apenas uma injeção.

Não quero soro.

Quero só uma tentativa na veia,

Senão vai medicação na bunda;

Não quero perder noite no hospital.

Quero chegar ao meu castelo,

Ser recebido pelo meu dragão,

Tomar um banho demorado,

Um chá de maçã ou camomila.

Não quero me demorar à dor,

Agora ela já não será minha inimiga,

Choro por ela, pois é minha amiga.

Mandá-la-ei passear em outro lugar,

Ou a transformá-la-ei de lagarta

Para bela borboleta colorida.

Saio com a dor num casulo,

Amanha será com certeza um lindo dia,

Pois a dor não mais existira.

André Zanarella 24-06-2012

n.a. A série D foi escrita em 2012, o primeiro semestre do ano foi algo complicado em minha vida, como não queria preocupar ninguém esperei um ano para publicar.

Atualmente restaram as poesias que eu compartilho com os amigos que frequentam minha escrivaninha.

André Zanarella
Enviado por André Zanarella em 19/06/2013
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