Terra de ninguém...
Procuro cada vez mais e não encontro...
Rostos, máscaras...
Sonhos frustrados.
Na parede um lampião,
Uma foto amarelada.
O silêncio do vento...
Na mesinha do canto
Um relógio sem marcas do tempo...
Em um ponto da sala esquecido
Um olhar parado...
Tento em vão trazê-lo até mim.
Tudo concorre para o irreal.
Na estante esquecido Baudelaire
Único resquício de vida
A poeira cerca o lugar
A cadeira de balanço
Num movimento vagaroso,
Mas insistente.
Sombras na sacada
A lua entra pela fresta da janela
Janela suja, preta, imunda
Terra de senhor ninguém...
02/04/2007.