Aqui dentro...
Aqui dentro...
o tempo, entre os meus muros,
parece ser meu revés...
Tanto a fazer pelo mundo,
e o tempo a atar-me os pés...
Na rua, transeuntes que não me veem,
como se fora eu, opaca imagem...
Seguem arrastando tristezas,
perdidos no tempo que urge...
Nas sombras perdidas,
vagantes e inquietos corações...
O mundo acomoda-se
ao que não sabe,
ao que não busca,
ao que não sai à procura...
E nesse redemoinho do tempo,
meus sentimentos travam batalhas
com a escravidão do relógio
onde o tempo não para...