TEMPO VAGABUNDO
O tempo é perverso
Ah, como ele é perverso
Para os que se amam
Com os ponteiros contados
Diante da tela da paixão
Corpos entregues, carinhos trocados
Desejos, sonhos, amor
O tempo é criança espevitada
Que não fica parada
E corre a riscar pelas paredes
Versos de solidão
Com rimas ricas em dor
Diante da tela da agonia
Corpos separados, distância acordada
Saudade, tristeza, poesia
O tempo é moribundo
Que caminha com seus passos lentos
Ponteiros sem força
Lentidão triste de ver
Relógio vagabundo
Que se recursa a trabalhar
E impiedosamente
Me separa de você.