O bolero das Rosas
Não, minha rosa não perde tempo
Brigando com cravos
Ela cantarola os mais belos boleros
Na voz de Tânia Alves
E dança no meu jardim
Nas pontas dos pés
Para não acordar os bons costumes
Nós rubras, lunáticas
Bailamos linda e silenciosamente com o olhar
Para não assustar os pombos
Que se julgam limpos, morais
Mas transmitem tantas doenças
Cegueiras dos olhos e das almas
Infecções que só o amor desfaz
E nossas pétalas molhadas
Vermelhas se confundem ,
Se perdem... se acham...
Nas portas do ceú
Nossos espinhos acariciam
E seduzem todo o corpo
Nesse dois pra lá... dois pra cá...
Colhido por Ravel.