Arpejos Sertanejos

Areias suadas

Poros áridos

Rios de pura solidão

Espinhos negros

Em cactos verdes

No dorso do escorpião

Lampião acesso no fuzil

Sandálias dálias cangalhas

Machucadas

Gralhas de pássaros assombrados

Riacho que sumiu

Caldeirão das repúblicas

Falidas

Roça potes canecas vazias

Cordel pendurados de poesias

Bardos menestréis violeiros

Satisfeitos de rimas

Cuias vazias

Maracatus declamados

Xaxados recitados

Terços de conta desgastadas

Chuva que espera o canto

Do carão

Açudes canais milhos

Canaviais

Brotos abortados pelo chão

Esperando a pena ardil

A publicação nos anais

Isto é o Sertão que vi

Com os olhos que a eternidade

Há de devorar

Que a terra há de saborear

Luiz Alfredo - poesia

luiefmm
Enviado por luiefmm em 15/06/2013
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