Arpejos Sertanejos
Areias suadas
Poros áridos
Rios de pura solidão
Espinhos negros
Em cactos verdes
No dorso do escorpião
Lampião acesso no fuzil
Sandálias dálias cangalhas
Machucadas
Gralhas de pássaros assombrados
Riacho que sumiu
Caldeirão das repúblicas
Falidas
Roça potes canecas vazias
Cordel pendurados de poesias
Bardos menestréis violeiros
Satisfeitos de rimas
Cuias vazias
Maracatus declamados
Xaxados recitados
Terços de conta desgastadas
Chuva que espera o canto
Do carão
Açudes canais milhos
Canaviais
Brotos abortados pelo chão
Esperando a pena ardil
A publicação nos anais
Isto é o Sertão que vi
Com os olhos que a eternidade
Há de devorar
Que a terra há de saborear
Luiz Alfredo - poesia