_ DEUS NOS LIVROS!
_ DEUS NOS LIVROS!
Ó livros, cá minha vida!
Ó livros, cá minhas ruínas!
Tens o poder de embriagar
essa alma só
solidão em digestão,
solidão de sótão os
livros emparelhados, alados,
outros esparramados, amassados,
empoeirados, irados:
Pound aqui, Rimbaud ali
um Pessoa alhures, um Barthes acolá,
barcarola navega venezianas
Ana em Veneza
navega por mares platônicos,
a ressaca de páginas de ondas de páginas
e em ondas divago e atônito e lúcido...
A sina assinala outro livro:
Schelling é Filosofia da Arte, desaba um Flaubert!
Arquitetando livros até bater no teto
Bateau Ivre
_ Deus me livre!
E Clarice é Lispector, leitor! E Assis é Machado,
livro achado!
Turbulências, indecência, desarrumação, desassossego
em busca do livro perdido...
Dido é Salambô! Tombo.
Desconstrução à la derriva...
Derridiana
Ana
Tolstói aqui
Ali Babá e os Quarenta
Camões Luís São
de Le Goff
o Golfo
a guerra pérsica
no Deserto do Dino
em versos alexandrinos
Alexandre, o Grande Gastby...
Tby
bi
Bíblia
Tblissia
Tblissi
longe
Geórgia
Geórgicas,
essas!
Eça
peça de Queiroz
Albatroz
voa o vôo Noturno bio
de grafia
Chopin
lírico
idílico
Virgílio
Ílion
Tróia.
_ Deus nos livros!
PROF. DR. SÍLVIO MEDEIROS
Campinas, é outono de 2007.