LUZES NA JANELA
VEJO A NOITE DA JANELA.
A NOITE E O QUE HÁ DENTRO DELA.
O AMARELO DAS LUZES
DOS POSTES, NAS CRUZES.
UMAS FRACAS, OUTRAS FORTES,
BRILHANDO NAS CASAS. ALGUNS HOLOFOTES,
RISCANDO AS RUAS. NOS FREIOS DOS CARROS.
TAMBÉM NOS FARÓIS PREVENINDO ESBARROS.
QUE VOAM, PISCANTES,
ALERTAM NAVEGANTES.
UMA OUTRA, IRREQUIETA,
NO GUIDÃO, NA BICICLETA.
A QUE ALTERNA, INTERMITENTE,
DA POLÍCIA, BEM À FRENTE.
AQUELOUTRA, DE IMPORTÂNCIA,
LÁ TETO DA AMBULÂNCIA.
NO PRÉDIO, SINALIZANDO,
A ROTA BALIZANDO.
A SETA, NO CARRO, AVISANDO:
À DIREITA! VOU DOBRANDO!
O LETREIRO PISCADOR
SEDUZINDO O COMPRADOR.
NO CARRINHO DO SEU JOCA,
LUZ COM CHEIRO DE PIPOCA.
ALGUÉM QUE JÁ TEM PIGARRO
ACENDE MAIS UM CIGARRO
QUE SE QUEIMA POR INTEIRO
E DA RUA FAZ CINZEIRO.
PARAM, OS MOTORISTAS
NO VERMELHO DO SINAL.
ESPERAM O VERDE DAR VISTAS
NO INTERVALO VITAL.
QUISERA! NA JANELA, EM FRENTE,
NO PRÉDIO DA MESMA RUA,
PUDESSE VER, DE REPENTE,
UM CORPO DE MULHER NUA.
Anunnak – 07-05-2010 – 09:47hs