silêncio

de distantes letras

fiz leito, fiz teto,

fiz sóis

fiz-me nó

um nó aperto

sem carne, abstrato

num gesto em vigilia

e tão só

fiz-me olhos...

sem ir além

sem améns

sem aquéns

sem refém

fiz-me espera

( sem reflexo )

um fio de entrelinhas

em meios aos versos

a soprar num dialeto

poesias ainda feto

e veio o tempo

e veio o vento

e veio o outono

e veio o sono

fez-se o esquecimento

( mais e mais distantes )

adormeceram as letras, em silêncio...

Almma
Enviado por Almma em 15/06/2013
Reeditado em 15/06/2013
Código do texto: T4342203
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