Luta Vã

Chega de mansinho

em doces palavras

murmúrio de fonte

calma, ternura e paz.

Ou num assomo

áspera, brutal

torvelinho de pensamentos

loucos e tortuosos.

Anjo ou demônio

santa ou meretriz

amor ou ódio

a bela ou a fera

ternura ou horror.

Entrega-se,

rende-se,

apaziguada

conquistada.

Ou se negaceia

rebela-se

volúvel,

sem dono.

Pacifica-te

ou atormenta-te.

Embala teu sono

em doce melodia

ou deixa-te insone

cacofonia atroz.

Não lutes, poeta,

entrega-te.

Contra a poesia

toda luta é vã.

Lu Narbot
Enviado por Lu Narbot em 14/06/2013
Código do texto: T4341322
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