Scintilla stellaris essentiae
Qual se a mesma substância fecundasse
O desígnio sidéreo incorrompido
Naquilo que move o não-movido.
E apenas a resposta escutasse:
“Vê nos astros a forma da tua alma
Aparente ao sopro que se espalma.”
Da mesma equação ‘inda infecunda
Se por dentro anima ou animado
D’outra solução já tem formado.
Que a própria natura se rotunda
Vivendo os arcanos movimentos
À raiz final dos elementos.
Não pode na razão ver consequência
Se em tudo baila a única energia
Pois teima e desconfia do que via.
Por ser aquilo visto pela essência
Ou Ser, que nunca sabe pelo ser
Etéreo nas prisões do acontecer.
E os círculos orbitam esse quando
Dos olhos formosos em dizer:
Concêntricos semelham-se ao Ser.
É fogo inenarrável, pois lufando
É o mais que há nos motos, é a esfera
A alma racional que o fim pondera.
E espera-se no encontro do olhar
O mundo exterior aparentado
Na real existência do Incriado.
Acordando o momento circular
Das órbitas sutis do vir-a-ser
À potência total que há no Ser.