A DANÇA DOS MORTOS...
Em seus túmulos reviram-se Impotentes soltam urros, é o máximo que podem
A lembrança da casa,da família,do amor,da vida,corrói
O sangue gélido que corria nas veias,faz falta
Pelo menos isso
Era o único sinal de vida existente
Há muito a carne apodreceu
Comida de vermes
Cadáveres reivindicam o seu lugar
Os túmulos não os acomodam
A saudade da vida revigora a vida podre
Podre vida que se vive
Mentes vazias dominam a cena
Impropérios são ditos,nada acontece
A loucura dos esqueletos aflora
A cena está montada
Quem está vivo realmente?
De passado se vive
Os mortos regozijam-se
A dança começa
Cada um busca o par que a vida-morte uniu
Os iguais são tão diferentes
Cada dor,alegria,desejo,vontade,ambição,perda,amor...
São únicos Cada um o sente a sua maneira
Viver é estar abraçado com a Solidão
O depois,ninguém o disse,só se especula,só se quer acreditar...
Amarra-se um barbante na nuvem,sente-se a música e rodopia-se ao vento
O velório da vida prossegue
Renascer : um desafio
Ah,essa música da vida que não para
Ritmos dissonantes cadenciam o coração
Morto
Vivo
Não se sabe...