A uma poetisa que se foi

Gostei de ti em demasia,
Doce, terna Poetisa.
Agora que és sopro de brisa,
E te ocultas, encantada,
No meu íntimo querer,
Uma elegia
Em ti inspirada
Dar-me-ia
Inexcedível prazer.
Todavia
A insuperável melancolia
Da inesperada,
Não prenunciada
Partida
Deixa-me a mente aturdida,
Mãos em inerte paralisia
Para UM SÓ verso que seja
Compor,
Malgrado toda a lembrança que enseja
Um sublime tratado de amor
Sobre o que vivemos.
Vivemos,
É...mais não teremos...
A INVENCÍVEL chegou-te à PORTA
E nem coragem me resta
De escrever a palavra que rima com ESTA...

Sobra fitar-me ante o espelho,
Olhos tintos de vermelho
(Se o pranto obsequiar com a chance de ainda ver)
E divisar etérea sombra
Ao meu lado,
Eu pasmado,
Deslumbrado,
Pois que tua imagem não me assombra...
Ainda que, na minha, tua carne não mais consiga ter...
Escusado perguntar:
Onde te achar,
COMO te encontras?
COM QUEM ESTÁS?


Alfredo Duarte de Alencar
Enviado por Alfredo Duarte de Alencar em 13/06/2013
Reeditado em 14/06/2013
Código do texto: T4339933
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