Desilusão
(Poesia de Milton Moreira)


             A doce certeza, supostamente definida,
             desmorona-se às vezes macilenta e cítrica
             quando no divã se deita pejada e despida,
             submersa ao crivo da claridade analítica.

             Há felicidades tolas, mal nascidas...
             Criam asas e cores, e partem joviais
             em trilhas verdes, sonhos de cristais,
             e assumem a coleção de vôos pela vida.

             A angústia do amor é trivial.
             Constata-se, tudo acabara, afinal;
             tudo tivera sido efêmera ilusão!...

             Não há graça em abrir os braços,
             nem ânimo em mover os passos  e,
palmo a palmo, retomar a direção.
                                    

 
Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 13/06/2013
Reeditado em 27/12/2016
Código do texto: T4339641
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