Eram duas gêmeas plantas E veio, então,
Que o ser humano plantou Indiferente,
No grande jardim do mundo O pássaro metálico,
Capital do capital Rápido, bélico, gélido,
Condensação do trabalho Intrépido,
Eram plantas diferentes Num vôo mórbido,
Não das criadas por Deus Num ato lúgubre,
Mas das que fez o homem Num fato fúnebre,
Eram duas obras primas Trajeto tétrico,
Plantas de vidro e aço Maquiavélico,
Projetadas no espaço Invade a planta
Plantadas com muito engenho Estupra a flor
Criadas com muita arte E outro pássaro
Regadas com muito suor Fatídico bólido
Gêmeas plantas reluzentes Em ato insólito
Duas flores de concreto E outra chama
Que Deus um dia, decerto E outro ardor
Olhando-as bem de perto E outra dor
Com espanto duvidou E cada planta
Que tais poesias de ferro (agora cinzas)
Que tocavam quase a lua Caiu por terra
Foram feitas por seus filhos E cada homem
(Deviam ser obra sua) Desmoronou!
Brumadinho/MG, 11 de setembro de 2001.
Que o ser humano plantou Indiferente,
No grande jardim do mundo O pássaro metálico,
Capital do capital Rápido, bélico, gélido,
Condensação do trabalho Intrépido,
Eram plantas diferentes Num vôo mórbido,
Não das criadas por Deus Num ato lúgubre,
Mas das que fez o homem Num fato fúnebre,
Eram duas obras primas Trajeto tétrico,
Plantas de vidro e aço Maquiavélico,
Projetadas no espaço Invade a planta
Plantadas com muito engenho Estupra a flor
Criadas com muita arte E outro pássaro
Regadas com muito suor Fatídico bólido
Gêmeas plantas reluzentes Em ato insólito
Duas flores de concreto E outra chama
Que Deus um dia, decerto E outro ardor
Olhando-as bem de perto E outra dor
Com espanto duvidou E cada planta
Que tais poesias de ferro (agora cinzas)
Que tocavam quase a lua Caiu por terra
Foram feitas por seus filhos E cada homem
(Deviam ser obra sua) Desmoronou!
Brumadinho/MG, 11 de setembro de 2001.