Do Prisioneiro Coração

A porta da velha prisão está quase apodrecida

e (assim) vida após vida, aumenta a podridão;

mas, o tímido coração (que, a si mesmo, intimida)

não sai, se'a alma o convida para a libertação.

Prefere o gesto carnal do corpo (mais prisioneiro)...

do paladar e do cheiro...do sonoro...do visual...

que o convida pro normal (que, nem sempre, é verdadeiro)

podendo o prender primeiro (momentos antes do mal).

Sendo ele, preso vulgar (que não sente a liberdade),

vê, com naturalidade, o corpo o escravisar...

como se, bom, fosse estar nessa materialidade

onde a sensibilidade necessita do tocar...

onde querer, é amar...e, amor, uma necessidade

de quem, na realidade, não possui amor para dar.

12-06-2013

Torre Três (R P)
Enviado por Torre Três (R P) em 13/06/2013
Reeditado em 05/11/2016
Código do texto: T4339158
Classificação de conteúdo: seguro