Do Prisioneiro Coração
A porta da velha prisão está quase apodrecida
e (assim) vida após vida, aumenta a podridão;
mas, o tímido coração (que, a si mesmo, intimida)
não sai, se'a alma o convida para a libertação.
Prefere o gesto carnal do corpo (mais prisioneiro)...
do paladar e do cheiro...do sonoro...do visual...
que o convida pro normal (que, nem sempre, é verdadeiro)
podendo o prender primeiro (momentos antes do mal).
Sendo ele, preso vulgar (que não sente a liberdade),
vê, com naturalidade, o corpo o escravisar...
como se, bom, fosse estar nessa materialidade
onde a sensibilidade necessita do tocar...
onde querer, é amar...e, amor, uma necessidade
de quem, na realidade, não possui amor para dar.
12-06-2013