SAL
Um uivo corta o silêncio da noite
Uma porta se abre
Alguém entra e salga minha boca
Eu relembro
Os acasos soltos na memória
Os ventos que sopraram
Na direção contrária
As engrenagens sujas de areia
Retardando o recomeço
Que talvez se faça
Quando a porta se fechar
E eu sinta o sal
Adocicando minha pele.