SAL

Um uivo corta o silêncio da noite

Uma porta se abre

Alguém entra e salga minha boca

Eu relembro

Os acasos soltos na memória

Os ventos que sopraram

Na direção contrária

As engrenagens sujas de areia

Retardando o recomeço

Que talvez se faça

Quando a porta se fechar

E eu sinta o sal

Adocicando minha pele.

JOAQUIM RICARDO
Enviado por JOAQUIM RICARDO em 12/06/2013
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