LUAR
LUAR
OH! LUA PRATEADA NO IGARAPÉ REFLETIDA,
ENFEITANDO A FLORESTA,
PARA A FOLIA DOS BICHOS DA NOITE:
CARAPANÃS, GRILOS E SAPOS...
NOS LAGOS E PÂNTANOS, COAXANDO.
MATINTA PEREIRA, ESPANTANDO O CABOCLO,
COM ASSOBIO ASSOMBRADOR.
A CORUJA AMOLDADA EM SEU CANTO
COMO A DONA DO SABER,
RASGA MORTALHA, PÁSSARO DE MAU AGOURO,
RASGANDO A NOITE COM SEU GRITO FUNESTO,
ANUNCIANDO A PARTIDA DE ALGUÉM
DESTA VIDA PARA A OUTRA,
QUE DIZEM SER MELHOR.
MAS NAS NOITES DE LUAR,
NEM TUDO SÃO HORRORES.
NAS TRIBOS, VILAS E CIDADES.
CANTAM-SE AMORES,
SOB A LUZ DAS NOITES ENLUARADAS
OS BOÊMIOS URBANOS NAS CALÇADAS
ENTOAM CANÇÕES
QUE EXPRESSAM BELOS SENTIMENTOS,
FAZENDO PULSAR
OS CORAÇÕES DE SUAS AMADAS,
ACORDADAS ENTRE SONHOS E DEVANEIOS,
OUVINDO NOS SONS LEVADOS PELO VENTO
AS DECLARAÇÕES DA MUSICALIDADE DA ALMA
DE SEUS PRÍNCIPES ENCANTADOS,
ESPERANDO NUM BREVE E SUAVE AMANHECER
AS RECORDAÇÕES
DE UMA BELA E DOCE SERENATA.