Pescaria do amor

As poetas jogaram as redes

No mar da poesia

E perderam as rédeas

Com pescas de prazeres,

Desejos e agonias

As ondas da loucura

Acordadas pelos gemidos

E os tremores do mar

Mudaram completamente

O curso da pescaria

E o desejo inicial

De versos carnudos

Com pouca espinha

Para não se machucar

Adormeceu no sacolejo

Dos corpos encontrados

Dos desejos perdidos

Entre versos salgados

Onde o pescador devora

Tudo o que encontrar

As poetas na ânsia de se alimentar

Se desfazem

De rimas e remos

De padrões e listas

Recolhem suas redes

E jogam-se ao mar

Certas de que o pescador

Agora é isca.

JOÃONINGUÉM
Enviado por JOÃONINGUÉM em 12/06/2013
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