Mentira
Em verdade, meu bem, deves sempre mentir
Mente para mim quando jurares
Para que eu creia e sinta em meu peito
Toda verdade das mentiras do existir
Porém, se por ventura a moral te inibir
Não mintas então, brada bem alto aos ares
Que os anjos da moral também em seus cantares
Ao fixar o oscilante, mentem sem sentir
Não só falte com a verdade, de modo convincente
E não te esqueças de jurar, jura por Deus!
Pois Deus é vida, e a vida é uma inconstante
Mente que me esqueces, mente teu adeus...
E quando te cansares dos carinhos meus
Não poupes no exagero, exagera bastante
Para eu crer que é mentira extasiante
Falares que não mais queres os beijos meus...