NAVIO NEGREIRO

NAVIO NEGREIRO

Nas ondas dos mares escuros

Nas sombras do absurdo

Navegam os navios negreiros

Nos porões os lamentos

Dos homens negros,

Pois cortaram tuas asas

E colocaram correntes no tornozelo

Mas não tiraram a tua força

A tua alma de guerreiro

Mesmo num cativeiro.

A dor me ensinou a lutar

Não há chicote que corte

O meu sonhar

No Quilombo capoeira

Quilombola é difícil capturar

Nas matas mais frias

Protege-me meu pai Oxóssi

Okê aro oke

Vem me libertar

Livrar-me da chibata

África, Brasil teu berço

Zumbi o mais forte

Liberdade a qualquer preço

Andar livre

É meu direito.

Entre as águas turvas

Da maldade humana

Que mata sonhos esperanças

No céu cinza da arrogância

E da maldita soberania

Mesmo entre gritos e açoites

Deus acordará o homem

Que quebrará essas correntes

Teu espírito libertará a todos ali

E os malditos se dobraram a Zumbi.

Luiz Carlos Santos

Luiz Carlos Santos
Enviado por Luiz Carlos Santos em 09/06/2013
Reeditado em 25/02/2021
Código do texto: T4333506
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