NAVIO NEGREIRO
NAVIO NEGREIRO
Nas ondas dos mares escuros
Nas sombras do absurdo
Navegam os navios negreiros
Nos porões os lamentos
Dos homens negros,
Pois cortaram tuas asas
E colocaram correntes no tornozelo
Mas não tiraram a tua força
A tua alma de guerreiro
Mesmo num cativeiro.
A dor me ensinou a lutar
Não há chicote que corte
O meu sonhar
No Quilombo capoeira
Quilombola é difícil capturar
Nas matas mais frias
Protege-me meu pai Oxóssi
Okê aro oke
Vem me libertar
Livrar-me da chibata
África, Brasil teu berço
Zumbi o mais forte
Liberdade a qualquer preço
Andar livre
É meu direito.
Entre as águas turvas
Da maldade humana
Que mata sonhos esperanças
No céu cinza da arrogância
E da maldita soberania
Mesmo entre gritos e açoites
Deus acordará o homem
Que quebrará essas correntes
Teu espírito libertará a todos ali
E os malditos se dobraram a Zumbi.
Luiz Carlos Santos