Algum dia, algum dia

Até que ponto vai esse desejo,

essa angústia?

Pego o linho de novelo da vida

e estendo por toda a casa.

Quando finalmente acabar e eu estiver por morrer,

perguntar-me-ei o que poderia bastar

para cobrir a extensão da minha cupidez...

Afinal,

quem poderá dizer

que eu não tentei mensurar a minha ânsia

por saciedade?

Em vão, em vão...

Uma medida e meia?

Duas e três quartos?

Qual a quantidade de veneno devo usar

para sanar essa divina loucura?

Haverá um limite?

Eu sei, nenhuma grandeza

será suficiente.

Resigno-me e passo

a dizer para meus botões, em voz baixa:

Algum dia, algum dia...

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)
Enviado por Mauricio Duarte (Divyam Anuragi) em 09/06/2013
Código do texto: T4333192
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.