PRAGA

Praga

Queria ser poeta e ter o dom de dizer o quanto és bela

Cidade feita de esculturas, artes, morros e telhados coloridos

Vista de cima lembra um pouco a prima pobre: tua longe Olinda

Olhando melhor vemos o que nenhuma outra tem: segredos infindos

Fico tentando lembrar-me das tuas pontes mágicas, suspensa em santos

Notas musicais passeiam de mãos dadas pelas praças, tímidas, encantadas

O sol de verão te faz mais linda, provoca reflexos, doiram cervejas nos copos

Os maravilhados passantes miram cristais, torres, igrejas e santos soltos

Tuas esculturas em fortes mensagens, faz-me lembrar da solidão na mente

Teus poetas eram loucos, Franz Kafka “Quem possui a faculdade de ver a beleza, não envelhece”.

Você não fugiu de sábios conselhos e, com o espelho do rio Vtalva se revitaliza!

Você, só você, tens o dom de ser velha na alma e de rejuvenescer quem pisa pedras sagradas

Uma Paris sem compromissos, uma Bruges adolescente e cheia de perguntas

A Olinda que fugiu dos trópicos para se refugiar do azul do mar, ofuscada em tanta luz

Um lugar que tem, em cada esquina, um fantasma escondido, uma sombra intrigante

Sem poder ser melhor que tuas primas és recolhimento e, virginalmente, me encantas

Roberto Solano

Roberto Solano
Enviado por Roberto Solano em 09/06/2013
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