Passageiros & Clandestinos!

Aceito suas desculpas, mesmo que não me bastem,

Aceito sim, vem do coração, do fundo da alma,

O que importa a espera não é, hora ou outra,

Algum coração tem que ficar sangrando mesmo,

Do outro ano, do outro mês, de outro dia, de ontem,

Sim a carcaça vai agüentar, sabem bem disso,

Presente & ausente, falta o corpo sadio & disposto,

Nada será bem feito, se feito em total contragosto,

Vale a presença, sim como vale, sempre, sempre...

Ver um pouco de riso na face esperada faz bem,

Também ter com quem dividir o que maldizem,

Ah! A velha mais valia que acossa por todos os lados,

Coisas pendentes que circulam sempre mal resolvidas,

Tantas vezes quando a vontade vem & bate,

Outras do além vem & atrapalham, parece insulto,

Ficam restos, sobras, u rosto quase tão triste,

Lapidando as melhores intenções, fuga & vulto,

Mas sementes são plantadas, há esperanças,

Sempre haverá, por isso tanta espera, esperas...

Haverá também lágrimas, essas nunca faltam,

Pois, por mais simples que seja, coisas que complicam,

Inflam a paciência, tremores insanos percorrendo as costas,

Muitos viram as costas, mas a mão sempre está lá,

Está aqui, estendida, um canto quente para aconchego,

Tudo poderia ser diferente, bastava simplificar tudo,

Colocar as coisas no lugar, até aquelas no entorno,

Abrindo mão do que conflita, do que irrita, do que impede,

Lançar-se na sorte do bem viver, arriscar também um pouco,

Não temer esse amanhã, por mais confuso que possa aparecer,

Tomar essa nau, mesmo em mar bravio, navegar sem medo,

Tudo o que passou, virar uma história, bem contata,

Tão bem vivida, seja quais forem os percalços,

Se for para dividir, que sejam alegrias, amor & prazer,

Deixar os reclamos para os outros, que falem a vontade,

Todas as formas também têm suas mudanças,

Ficamos com medo de iniciar uma nova andança,

Dança o coração, chora o peito, parece inconseqüência,

Horas que vem para aproveitar o bom da vida,

Por mais difíceis que sejam, ainda somos fortes,

Por tudo olhar, por tudo bem fazer & dos amores,

A bagagem está na nossa bondade, almas limpas,

Todo o mais, são coisas descartáveis, apenas objetos,

Sim, é tempo de recomeçar, rever estratégias, atos,

Antes que o tempo desfaça tudo o que fizemos de bom!

Peixão89

Peixão
Enviado por Peixão em 01/04/2007
Código do texto: T433223
Classificação de conteúdo: seguro