(Luná)tico
As sereias e os cavalos-marinhos
Fazem-nos encantar com o azul
Do mar
Mar que também tem suas estrelas
E um jardim de corais
As sereias com suas canções
Irresistíveis
Os hipocampos com seus dorsos
De liberdade
Sua promessa de uma viagem
Inesquecível
Pelos belos campos oceânicos
Mas os albatrozes e as gaivotas
Escrevem versos de liberdade
Com suas asas abertas no céu
De anil
Ninhos aconchegantes de estrelas
Crateras para deitar e sonhar
E na beira mar
Sob coqueiros e cantos
De uma sabiá laranjeira
Sussurro das conchas encanta
As bravas verdes ondas
Que vem apagar os versos
Nas areias brancas
Versos que desenham o mapa
Das constelações
O ciclo das estações
E loucas paixões ensolaradas
Eu prefiro seguir o roteiro
Dos versos dos poetas
Contaminado pelo horizonte
Azul
Retinas molhadas pelas ondas
Verdes
Que me afoga nas profundezas
Do ser
A me faz meditar no infinito dos céus
Enfim
O que não seria de tudo
Uma escolha ruim
Preferir os poemas - poetas
Seja ele um soneto alexandrino
Ovillejo haicai
Ou um mindim...
Eu sou o poeta perdido
Entre o mar e as estrelas
E quando vem o luar
Com suas maresias marés
Eu fico lunático
E maquio a face da lua
Com meus versos enamorados
Escuto suas sereias
Nos seus mares desolados
E bebo sopa de lirismo
Nas suas crateras
Eu sou o poeta que viaja
Pelo universo no dorso flamejante
Do sol
Sou uma fagulha viajante
Na via - láctea...
Luiz Alfredo - poeta