O Sono de Ontem

Os ruídos anoitecem também e esfriam os tímpanos,

com o escuro passamos a ouvir os cães, raras buzinas,

escutamos da noite sua distância, as estrelas mudas,

uma lua discreta que não comenta nada sobre o sol.

E neste pacto do quase silêncio, o raptor da mente,

luta para paralisar em sono tudo que não foi normal,

e abismos se abrem nos bocejos indolentes e lentos,

eu busco ainda vida em lamparinas, sombras, sonhos.

Adormeci sem fechar uma rima, mesmo que medíocre,

cansado poeta de ser profundo e perfeito, limpo, livre,

revolvendo o dia desfeito, cenas desconexas e soltas,

que vão se tornar no futuro, o passado dia de ontem.

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Dado Corrêa
Enviado por Dado Corrêa em 08/06/2013
Reeditado em 09/06/2013
Código do texto: T4331782
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