Tintim por tintim

Euna Britto de Oliveira

www.euna.com.br

Até feitiço se desmancha,

Quanto mais viagem!...

Há quem tenha o coração semelhante a um pão

Duro, de pedra, de ontem...

Pisar os mansos... Isto não é bom!

Enfeita-se a mesa com paninhos de renda,

Senta-se a Justiça, tira a sua venda

E pronuncia o “Veredictum”:

—“Hoje é dia de festa para alguns

E de choro para muitos.”

Sete de setembro,

Os soldados marcham,

Escolas desfilam na avenida,

Os aviões passam

Em esquadrilha

E exibem-se em acrobacias

Como pavões em altos vôos...

Eu queria ter a espada maior do mundo

Para furar a lua

E dela fazer jorrar mel,

Mel sobre a terra...

Até adoçar o último rio,

Até abrandar o último rei,

E tornar permanente

O sorriso de uma humanidade

Cansada de guerra,

De erro, de sombra, de dúvida...

O sol está brilhante

E o meu sangue, borbulhante!...

Moro de graça

Como de graça

Passeio de graça

Sobrevivo pela Graça!...

Mel demais enjoa...

Mal demais ferroa!

Ah, se cada um fosse contar

Tintim por tintim

Tudo o que sabe de si!...

Não sobraria tempo pra mim...

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"Felizes os mansos, porque possuirão a terra."

(Jesus)

Euna Britto de Oliveira
Enviado por Euna Britto de Oliveira em 31/03/2007
Código do texto: T433106