EU E A POESIA
(Sócrates Di Lima)
Às vezes deixo a poesia falar mais do que eu,
Propositadamente.
E livremente,
Atrevida ela intevém no desejo meu.
E Eu deixo,
Só por conveniência....
Até onde ela vai náo me queixo,
Ela é o meu coracão em evidência.
Às vezess a poesia exagera...
Declara-me,
Não pondera,
E nem retrata-se.
Ela diz que choro,
Pinta meu retrato,
E no meu Eu, ignoro,
Fecho os olhos de fato.
E por que deixo isto aconter!
Porque estou ocupado demais comigo mesmo,
E então por vezes nem posso perceber,
Que a poesia me entrega em bandeja enfermo.
Às vezes paro para olhá-la,
Até me arrepia,
Mas deixo-a sem fala,
Quando minh' alma fica arredia.
Então, me posiciono favorável,
A tudo que poesia diz de mim,
Pelo menos é confiável,
Ela é o eu que silencia assim.
Às vezes me dou conta do exagero,
No qual a poesia me coloca,
Mas, náo entro em desespero,
Sei que ela só me provoca.
Ela sabe que para eu amar,
Precisa-se de muita dedicação,
Muito doar, dengar, carinhar e demontrar,
Que o caminho do amor é a própria superação.
A poesia me faz meloso,
Quando alguém vem na minha direção,
Mas, nem sempre isto é vantajoso,
Pois nem sempre uma mulher gosta de melação.
E às vezes, a poesia apronta dessas comigo,
Não que eu não seja româtico e dedicado,
Mas ela vai além e se torna um castigo,
Quando a mulher que chega náo se dobra a um querer melado.
Eu até posso me sentir um homem com experiência,
Porém, só para usa-la no momento certo e com a pessoa escolhida.
Cada momento é um momento novo, é evidência...
É por isso que ás vezes ela me deixa num beco sem saída.
Eu náo sou diferente do que poesia alarma,
Mas, tenho um pé atrás com ela,
Preciso ter cuidado para ela não jogar minha alma,
Pelas aberturas vacilais da minha janela.