A LAREIRA.

Que bom seria numa noite de inverno

E ao meu lado uma dama sensual

Como gata num gesto doce e terno

Esfregando-me seu corpo angelical.

Seus rosnados sonoros e plangentes

Como lânguidas canções a se ouvir

E mãos sutis atrevidas e indecentes

Lembrando-me que o cio está por vir.

Nem a lareira em brasa há mais calor

Do que naquele corpo incandescente

Nem nos beijos e gemidos com ardor

Sinalizando um momento tão ardente.

E um grunhido de felina loucamente

Preenche o silêncio num brado forte

E grata pelo prazer e como presente

Presenteia-me em beijos como dote.