Lívia Passos, Pensamentos teus tão complexos.
A última carta que te mando
Conta em teus recantos
A breve passagem do amor;
E, volta e meia nada parece mudar
O mesmo cheiro do carpete na cozinha,
O mesmo cheiro de feijão na sala de estar;
E que lindo, são o som dos teus passos a zanzar,
Com olhinhos discretos
Zanzando, procurando, xeretando
Uma canção para cantar
E que saudade insuportável essa que agora quer me devorar
Veni, vidi, vinci;
A cada nova palavra, uma nova interpretação;
Veni, vidi, vinci;
Plantas num aquário não sabem como é o fundo do mar,
E o erro de estarmos apaixonados
É pensarmos que nossos pensamentos estão em segredo,
Quando na verdade estão em sintonia,
Não em sintonia com alguém,
E sim, em sintonia com a natureza;
Somos filhos perdidos, Procurando pistas escondidas
Vagando Perdidos na leal terra das improvisações
Num tipo obscuro e irracional de ambição
Imersos num projeto de submundo,
Vivendo num mundo onde estamos divididos entre corvos e dragões;
Tendo como egoísmo esse o de amar apenas o dia
sabendo que é na escura e gélida noite
Que sonhos são formados e neles encontramos provisões;
Somos filhos de Jasão!
Somos filhos de Esaú!
Encontramos morada na surdina, oh Glória!
Mas que pena termos que vagar pelo mar do grande Egeu;
Somos filhos perdidos, Vagando Perdidos na leal terra das improvisações.
Num tipo obscuro e irracional de ambição
Vivendo num mundo onde estamos divididos entre corvos e dragões.