LAY

A donzela de pedra despeja seu ódio.

Os laços se partem.

Eu troco letras por imagens.

Elas me retornam sentimentos.

Um laço é criado de forma que nos tornamos apenas um.

A esperança é um dança cruel.

Nos veremos ao menos uma vez.

Dentro de um eterno ciclo que chamamos de vida, ou apenas momento.

Eu me fecho em um mundo, onde suas palavras me dão uma luz.

Mas o tempo é um mal perdedor.

Que leva consigo os sentimentos, para um lugar que não podemos alcançar.

O que resta são apenas as poucas lembranças.

Que se tornam um monstro que nos devora.

A cicatriz invisível e incurável.

Talvez eu deva beber desta fonte de pessimismo.

Aos poucos eu me torno um ser vazio, nada apenas vazio.

Sujeito as mudanças continuas.

Tudo pode me afetar, todos podem me ferir.

A cicatriz volta a arder, dentro de um frasco azul.

Lamento por não dizer adeus.

Em algum momento eu realmente estive vivo?

A máquina começa a digitar meu nome.

Cada respingo de sangue tem seu valor.

Nesta altura posso me jogar e continuar pensando em cair.

O fundo do abismo é um prêmio inalcançável.

Os ossos brancos ficam em minha mente.

Eu me dissolvo neste poço de mentiras.

Lentamente.