MANGAS DO DESEJO

E a chuva irriga o meu pomar

Mangas maduras com pele viçosa

Fibra docinha

Caroço carnudo

Para eu chupar

E passeio minha fome

Pelos becos do corpo dela

Pelos caminhos dos seus cabelos

Que dão as rédeas desse cavalgar

Alimentos para o desejo

Mangas recém-colhidas

Fatias amarelas

Adormecidas ao gelo

Para acender o fogo, mover minha vela

Nesse perdido navegar

Mangas largadas

Entre os lençóis

Corpos cruzados

A ninar o sol

E acordar o luar

Fortalecendo os nós

Onde as gotas de chuva

Que escorrem dos nossos beijos

Dançam sobre os corpos

Somos apenas uma

Nessa tela de desejo.

JOÃONINGUÉM
Enviado por JOÃONINGUÉM em 05/06/2013
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