Esse novo espetáculo

Enfim a manhã avança à madrugada

Eu no abrigo da minha sala fria

Só vejo pela fresta da porta

o rastro de luz que anuncia o dia.

A noite inteira difícil, passada

De medos e preocupações repleta

Sentia passar por mim inquietada

Minha atriz filosofa predileta.

E dentro da minha sala escura

fugindo do novo alvorecer

banhado nesse rio que murmura

Sentindo o que restou de você.

Se bom foi estar sempre por perto

Sentir esse caloroso espetáculo

Dopado de sobriedade e de certo

Na sombra, no grito, vernáculo.

Difícil foi guardar dentro do peito

pulsante essa nova voz de esperança

Na sala em que eu fugia do amanhecer

Não fugia de sua mais doce lembrança.

Marcelo Souza da Silva
Enviado por Marcelo Souza da Silva em 04/06/2013
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