Mar de dia, cais de noite.

Deito ao mar todos os meus dias

Sei que navego

Navego como ando e ando como sou

Um breve solapar de um vento a este

Convivo com sopapos e os balanços do casco velho do navio

Sempre velejo sentimentos

Sempre conheço novos mundos

E não é de tormentas que conhecemos bonanças?

Não é de estrelas que avistamos destinos, portos seguros?

A minha vida é um continuar de ondas

Sem paradas

Sem arroubos

Sem destinos

O destino é navegar e tenho a certeza que navego

Sempre e sempre acaricio as brumas do mar

Ao mar conheço como dia

Ao cais como noite

Movimento e maré

Minha vida em arte

Quero dizer que me vou com o barulho deste gigante

Que nas suas águas salgadas

São-me lágrimas tristes e alegres

Bem que me admiro quando continuo

Apesar dos pedregulhos e arrecifes eu navego

Construo por todo o canto

O meu destino

Velejo

Com palavra, destino e recomeço

Sou

Sou o que navego

E navego porque preciso

O meu lar é este momento, por ele que existo sempre!

Tato Silva
Enviado por Tato Silva em 03/06/2013
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