A INVEJA

A INVEJA

Fernando Alberto Couto

Muitas pedras e lágrimas rolam,

pelas ladeiras e tristes faces,

onde vazio e silêncio lembram

aquela morena de olhares doces.

Pelos recantos em que passava,

ela deixava o perfume da alegria,

pois sempre contente, cantava

e contagiava todos, como poesia.

Poesia de uma mulher feliz

que ignorava toda e qualquer dor,

eis que possuía o pouco que quis,

vivendo um verdadeiro amor.

Mas a inveja e as línguas felinas

tramavam calúnias pior do que fel,

até provocar que mãos assassinas

dessem um fim àquela morena fiel.

Agora, nem ecos, aqueles espaços

podem fazer a triste rua esquecer

por onde, antes, iam seus passos

e hoje está um solitário a sofrer.

Muitas vezes, a tal inveja nem quer

toda maldade que só ela pode fazer.

SP – 22/03/13

Fernando Alberto Couto
Enviado por Fernando Alberto Couto em 03/06/2013
Reeditado em 19/10/2015
Código do texto: T4323853
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