Sonolência
Saí do inferno e fui a pé ao purgatório
No meu velório não quero flores
Eu quero música
Quero sorrisos
E em vez de lágrimas, suor.
Quanta ilusão eu tinha sobre as nuvens
Elas não têm o gosto doce que pensei
Também não têm a maciez que imaginei
As aparências mais uma vez me cegaram...
Eu despenquei do céu
(Meu sangue molha a terra)
Tentei roubar o arco e flecha do Cupido
Com um só golpe ele me arremessou ao solo
Será que posso ser então um anjo caído?
O sono chega
Com sua força poderosa
Meus olhos fecham
Mesmo contra minha vontade
O deus do sono não perdoa
É implacável
Eu adormeço
Enquanto vago na cidade...
Quando eu acordo
Horas e horas depois
Parece que dormi apenas dois minutos
Não sei de onde venho
Nem pra onde vou
Nem onde estou
Um ignorante absoluto!