Saudade que Sangra
a leveza dos sonhos
que a mão suave escuta
vaza no papel os sentimentos
molha as folhas do destino
escreve com as gotas da alma
o vagar na vertigem da noite
sem rumo, nas correntes incertas
alças solta das sensações
das zonas do silêncio eloqüente
no luar crescente
da fronteira dos instantes
nas linhas, as palavras choram
porão , poeiras finas da vida
sem ponto nem vírgula
na quietude cristalina do alvorecer
esperanças de um tempo
dos sonhos que exilaram nas nuvens
nas brumas, linhas do horizonte
nas lágrimas do sol
que vai tecendo,desfazendo os dias
oh poeta !
oh flor da noite
onde todo o orvalho se perde
o passado se esconde
destilando no álcool da poesia
a saudade que sangra
e morre no ponto.