Inda que o mar
Escravo na galé
Aguenta o peso da corrente
Inda que o mar
Inda que a gente
Inda que o sol de ardências
Corra o olhar sobre as ondas
E a liberdade presa ao pé
Escravo na galé
Corta com os dentes
Brancos como as nuvens
Da língua a metade
E a engole com sangue
A palavra que arde
Escravo na galé
Escreve o derradeiro poema
Remando contra a maré