TSUNAME

Chega uma hora em que o lirismo,

Não vale o que come:

O sentimento do homem,

Hora em que palavras doces,

Vertidas ao sabor do vento,

Devem ser sepultadas,

Sob a lápide do silêncio.

Hora em que o sal grosso dos sentimentos nossos,

Devem servir apenas pra secar,

Os olhos dos sentimentos mortos.

Chega uma hora sem lirismo,

Em que a poesia é o abismo,

Que a tudo traga.

Uma antropofagia,

Um canibalismo,

Que a tudo devora como grande vaga.

Saia. Eu to varrendo você da minha praia.

Sérgio de Paula
Enviado por Sérgio de Paula em 03/06/2013
Reeditado em 27/08/2020
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