TSUNAME
Chega uma hora em que o lirismo,
Não vale o que come:
O sentimento do homem,
Hora em que palavras doces,
Vertidas ao sabor do vento,
Devem ser sepultadas,
Sob a lápide do silêncio.
Hora em que o sal grosso dos sentimentos nossos,
Devem servir apenas pra secar,
Os olhos dos sentimentos mortos.
Chega uma hora sem lirismo,
Em que a poesia é o abismo,
Que a tudo traga.
Uma antropofagia,
Um canibalismo,
Que a tudo devora como grande vaga.
Saia. Eu to varrendo você da minha praia.