O dito e o indizível
No escuro deserto de mim mesma
Na imensidão de um eu adormecido
Vagas ilusões norteiam meus sentidos
Na vasta embriagues de um dia não vivido.
Na saudade do que não vivi me encontro
A percorrer caminhos tortuosos
Saliências feitas de amor morrido
Na lucidez de um sonho esperado.
E aqui, (posso dizer) reina algo inexplicável.
No meu peito, o indizível torna-se amargo,
E o dito torna-se pedra que não cala
Na dureza de um coração solitário.