Redesenhando

No segundo que guardei seu sorriso

Eu recitava palavras incertas

Por labirintos e portas entreabertas

Que restaram desse jogo indeciso

Mas percebi de qual gosto eu preciso

E que tanto respiro no seu cheiro

Assim mostra o caminho por inteiro

Em vãos de cantigas a cada passo

Pois é num verso que amor eu refaço

E arrebento quão mágoas passadas

São as metas que numa folha eu traço

Redesenhando as poesias marcadas.

Nas vezes que vi o seu retrato

Recordei de momentos que escrevi

Recompondo frases que já vivi

Num diagrama antigo e sem formato

Mas encontrei a prosa em cada ato

E logo rabisquei esta verseja

Com rimas que tirei de uma peleja

Em acordes ressonantes de um aço

Pois é num verso que amor eu refaço

E arrebento quão mágoas passadas

São as metas que numa folha eu traço

Redesenhando as poesias marcadas.

E na manhã seguinte que acordei

Saí para rever minhas lembranças

Não contei as imagens das andanças

Que esqueci logo depois que sonhei

Mas de volta a estrada caminhei

E as pegadas que a frente passaram

Foi desta vez que também me deixaram

As esporas firmes em um abraço

Pois é num verso que amor eu refaço

E arrebento quão mágoas passadas

São as metas que numa folha eu traço

Redesenhando as poesias marcadas.

Rodrigo Leonardo Costa de Oliveira
Enviado por Rodrigo Leonardo Costa de Oliveira em 03/06/2013
Reeditado em 11/11/2013
Código do texto: T4322655
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