Hell
vivendo cada dia
como em um pesadelo,
sinto ao espreitar
cada medo que em mim habita
o cálido horror de estar
sempre a cair nesse abismo
que me acolhe tão paternalmente
que vivo a gritar sem voz
no silêncio de meu próprio
sofrimento ilusório.
sempre a dormir me entrego
ao frio calor de um sentimento
angustiante que me abraça
suave e friamente,
guiando-me sempre e sempre
ao meu tão doce inferno pessoal,
que me sinto tão viva,quente,
sofrida e loucamente viva
em meus momentos de morte,
que já não divago meus sonhos
de sombria vigília.
e acolhida em meu inferno
espreito cada beijo de meus pés
nesse chão inexistente
em que piso tão firmemente
que sinto em minha alma
os momentos vazios de um
futuro morto,rompido
por meus pecados de nunca mais,
abrindo meu ser a cada camada
de amargas alegrias sussurradas
no grito de meu angélico silêncio.