Cachorro de rua

E o poema me jogou às troças

Me jogou às prosas

Me deixou às fossas

Não queria saber o todo

Só deixar-me escorregar no lodo

Soltar-me aqui, que aí eu morro

Sou só mais uma maria

Quero voltar ao estado da boa selvagem inocente

Quero viver o que Rosseou imaginou

Quero sair da sociedade

Sou só mais um joão

Me sinto estrangeiro no mundo

Cavando um abismo profundo

Sendo o principal moribundo;

Olho teus olhos escuros, castanhos

Lembro de minha mente tacanha

Lembro da dor das minhas façanhas