Em pranto

É tanto por pouco

Em pranto está o mundo

De ódio fervilhando

Mortes, tantas, por segundo

E me espanto

Pois não há motivo

Basta um olhar furtivo

Para despertar discórdia

Sucessão de fins forçados

Sem qualquer misericórdia

Realidade onde a paz é utópica

E a água é sangrenta

Bebe-se da vida alheia

Come-se da carne macilenta

Cai a cidade ou o país

Só não cai essa ambição

Essa violência

O dedo posto no gatilho

Quando se ausenta a paciência

Investidas impiedosas

Cortam os céus do continentes

Atingem escudos humanos

Em nome de poucos dementes

Nas terras férteis planta-se a mina

Nas mentes brilhantes a esperteza

Nos justos o ódio infundado

De futuro... só incerteza

Construímos para demolir

Um ciclo interminável

Na pilha de escombros

A raiva é insanável

Suja, a criança se pergunta

Mesmo em sua ignorância

Por que machucam-se assim?

De onde vem tanta arrogância?

Já tivemos o suficiente

Esgotaram-se as saídas

Desse povo paciente

Dessa gente padecida

Estamos em choque

Escondemo-nos do ruído

Na caverna da passividade

Onde tudo está perdido.

Deperiret Sonus
Enviado por Deperiret Sonus em 01/06/2013
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