Sou Minha!

Dizes à minha pessoa

O quanto sentes saudades.

E talvez eu me comova.

Talvez eu exercite meu lado humano.

Hoje só sei ser sangrenta, diabólica.

Fostes para longe de meu peito

E agora ousas dizer que pensas em mim?

Quanto disparate!

Pensastes antes de agir covardemente.

Fostes tu um pouco mais homem!

E assim eu estaria ao teu lado.

Eu ainda estaria a engraxar teus sapatos velhos.

Hoje és apenas passado.

Algo que se foi e não faz falta.

Nenhuma falta.

Consegui desmembra-me de ti a tempo

De sentir minhas próprias pernas vivas!

E agora vens com essa cara mal lavada,

À espera do afago que um dia foi teu?!

Pobre homem és!

A crer que desamarrarás minhas botas de salto

Numa noite de dança.

Precisas abrir teus olhos.

Enxergares que fostes,

E não és mais!

Simples de desenhar,

Caso não compreendas.

Ou finjas não compreender.

O tempo fora audaz, sarcástico.

Mas mostrara-me o prazer do desapego.

Desapeguei-me de ti.

E hoje sou minha!

Obra patenteada, sem cópias fajutas.

Sem rasuras na fabricação.

Tu que vás empurra bêbado na ladeira!

Não quero mais pouca coisa.

Sou mais.

Sou eu.

E não tu!

HELOISA ARMANNI
Enviado por HELOISA ARMANNI em 01/06/2013
Código do texto: T4319633
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